quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

e aí vai,

Então, 
reconheço que não posto aqui há um tempo, as coisas nunca são finalizadas e não acho que sejam dignas de serem postadas. Você provavelmente leu sobre o personagem que vêm na cabeça sempre, e esses dias aconteceu de novo. Eu escrevi. Não ficou muito boa, admito, mas eu particularmente gostei.
É o primeiro capítulo de uma história que criei baseada na lenda original dos vampiros (não os modernos, por favor). Fiz o início às altas horas da madrugada, por favor, dê-me um crédito. Então postarei aqui e você, leitor inexistente, conte-me o que achou.



Prólogo 



Algumas pessoas, dentre elas, a única que amou em toda sua vida.
Palavras em uma língua que ele decididamente não sabia falar, escritas em um livro sem título ou descrição, aberto em suas mãos ensanguentadas.
Sangue.
Sangue dele, que pingava no chão através de um corte em seu indicador.
E uma luz, bem abaixo de seus pés. Uma luz vermelha, que tremeluzia como as chamas de uma vela, e o assustava como nem mesmo o escuro conseguiria.
E ali ele permaneceu, após as palavras terminarem de serem citadas. Permaneceu em pé, sentindo suas imperfeições desaparecerem, e suas memórias e sentidos, se dissolverem.

O Início

William Westfal andava por uma praça relativamente vazia e mal iluminada, próxima a sua casa. O frio tentava envolver seu agasalho sem sucesso, à medida que uma neblina fraca rastejava leve e lentamente pelo chão onde pisava. A ciclovia naquela parte da praça se estendia por bons setenta metros. Em sua esquerda, pinheiros altos e escuros o observavam enquanto uma rua sem movimento o seguia à sua direita. Casas simples e sem vida, som ou luz (talvez pelo abraço conjunto do sono e da noite) estavam paradas do outro lado da rua.
Um lugar aparentemente parado e esquecido no tempo, e o preferido dele. O vento local parecia levar consigo as poucas preocupações do adolescente que beirava os dezoito anos e a pouca frequência de pessoas o deixava mais livre pra abrir sua mente para que, mais uma vez, o vento fizesse seu trabalho.
Não que ele não gostasse das pessoas; longe disso. Apenas não as queria por perto de vez em quando.
Verificou o relógio, que marcava duas horas da manhã, e decidiu que estava na hora de ir para casa. Atravessou a rua vazia e seguiu para um ponto de ônibus que ficava a aproximadamente cinco minutos de caminhada. Não teve pressa; andou observando as casas curiosas do subúrbio de Londres e se banhou com as luzes dos postes. Só se deu conta de que havia chegado quando um ônibus passou ao seu lado, obrigando-o a olhar pra cima e ver que o ponto estava a seis metros de distância. Notou que o mesmo não estava vazio; um garoto da mesma idade que ele estava sentado no banco que se estendia para acolher quem esperava transporte. Indiferente, Will foi se aproximando, e sentou-se ao lado do garoto, que, se notou a chegada do rapaz, não demonstrou.
Um tanto desconfortável, William olhou o relógio e percebeu que o ônibus não demoraria mais de quinze minutos se mantesse seu trajeto habitual. Pensava no último ano do colegial, o qual ainda cursava, quando uma voz bonita e penetrante rompeu o silêncio.
- Boa noite. Sou Spook Cambell. – falou o garoto, sorrindo contidamente e sem o olhar diretamente nos olhos.
         - Prazer, Spook. Sou William Westfal.

E foi aí que tudo começou.